terça-feira, 6 de agosto de 2013

V TLNO

Sábado foi dia de ir até à bela vila de Óbidos para participar nos 26km do TLNO (Trail Noturno da Lagoa de Óbidos).

AVISO: O texto é longo, por isso, podem já saltar para a parte que diz RESUMO.

Saí de Lisboa, acompanhado da minha esposa e do casal Ornelas (André e Rute). Ao chegarmos a Óbidos encontrámo-nos com a Inês e restante família, e mais tarde juntou-se a nós o Ildebrando.

Assistimos todos juntos à partida do pessoal dos 50km às 21h e depois eu, o André, a Inês e o Ildebrando fomos para o cimo da vila, para o local onde se iria realizar o briefing com a explicação do trajeto, marcações a seguir, abastecimento, etc. do TLNO.
Ildebrando, amigo da Inês, Inês, eu e o André

Aqui reparei que, no meio, dos cerca de 400 atletas, apenas 3 tinham o frontal utilizado na Urban Night. Precisamente eu, o André e a Inês. Mais tarde percebi o motivo de mais ninguém utilizar aquela maravilha e de ter uma luz a sério.

Momentos antes da partida. É sempre este o
ambiente antes, durante e após uma prova de trail.

Às 21:45h foi dada a partida e lá fomos. O Ildebrando foi à vida dele (e fez uma prova muito boa com um tempo final de 2h59m13s), e eu segui com a Inês e o André.

Os primeiros kms da prova deram para rolar +/- bem e aos 5km deparamo-nos com uma descida muito técnica e que tinha que ser feita com muito cuidado. Assistimos a muitas escorregadelas, mas nada de grave. O André tem andado com alguns problemas devido a uma fascite plantar e este tipo de terreno não o ajudou muito, sentindo algumas dificuldades nesta fase da corrida. Dissemos-lhe que o melhor seria ficar no abastecimento ao km 8, porque ainda faltavam 18km para o fim e não valia a pena agravar a lesão.

Chegámos ao abastecimento e o André como é ajuizado resolveu.................continuar (e com essa decisão acabou depois por vencer, com distinção, o prémio de "Teimoso do Ano"). Disse que ia mais devagar e para eu seguir com a Inês, porque ele ficava bem. Tinha também telemóvel e se fosse necessário ligava-me.
Nesta fase da prova, corremos cerca de 5km, por uma estrada larga de terra sempre junto à lagoa e deu para rolar bastante bem. Foi uma parte porreira, porque fomos sempre na conversa e sem grandes preocupações em ir atentos às marcações do trajeto. Aqui já o meu frontal mal se via e tive que recorrer à lanterna que levava na mochila e que (bem) me iluminou até ao final.

Ao km 14 tivemos o segundo (e último) abastecimento. Foi um abastecimento de sólidos e líquidos muito bom e variado, mas pecou por ser muito cedo, pois ainda faltavam 12kms para o final da prova.

Depois entramos numa parte muito gira com zonas de pinhal, passagens por canaviais e vegetação alta. Já perto do km 19 ou 20 (não sei precisar), vimos pessoal aglomerado e pensámos que houvesse alguma descida complicada (antes fosse), mas não, era nada mais nada menos que um canal cheio de lodo que tínhamos que atravessar,, enterrados até ao joelhos. Sem outra hipótese possível lá atravessei aquilo.

Esta passagem pelo lodo, foi um autêntico soco no estômago e a nível anímico deixou-me completamente de rastos. Vi que a Inês continuava forte e como ia mais gente junto a nós num ritmo bom disse-lhe para seguir com eles e aproveitar a boleia.

Um pouco mais à frente há uma atleta que me cede passagem num troço e me parece em dificuldades, pergunto-lhe se está bem e ela diz que tinha torcido o joelho e por isso não podia forçar muito. Respondi-lhe que seguiria com ela até à chegada a Óbidos e lá fomos, ora correndo, ora andando.

Chegámos ao km 24 e eu incentivei-a a dizer que faltava apenas 1km, ao que ela respondeu a dizer que tinha feito a prova o ano passado, que o trajeto tinha sido o inverso e que se lembra de chegar aquela zona já com 3km, por isso, seria essa a distância que faltava para o final. Uns metros à frente estava um rapaz da organização e indicar o caminho e a dizer que faltava pouco mais de 1km. Algo não batia certo. Mais à frente percebemos o que era. Novo aglomerado de atletas e mais lodo, mas desta vez passando por dentro de um túnel com cerca de 30 metros de comprimento e com uma altura em que íamos tão curvados que quase tocávamos com o queixo naquela porcaria.

O famoso e mal cheiroso túnel.
Depois disso tivemos uma subida até perto do castelo e para terminar fomos presenteados com uma escadaria até à muralha.
Junto à muralha vejo uma entrada, ouço aplausos e penso "Que porreiro, agora deve haver público a aplaudir ao longo da vila, até chegar à meta" e não me enganei. Só me enganei no facto da meta ser ali mesmo e assim que acabei de ter aquele pensamento, estavam dois senhores à minha frente a felicitar-me, a entregar a caneca alusiva à prova e a retirarem o chip do dorsal.

Depois foi atirar-me à sopa, chá, melancia, melão, bolachas e água existente no final e ir ter com a esposa e amigos que lá estavam, para esperar-mos pela chegada do André. Ainda encontrei a Rute e o Vítor que também fizeram a prova.

Resumo:
- Foi o meu segundo trail. O primeiro tinha sido os 20km de Sesimbra.
- Bati o meu record de distância percorrida (26,20km) e maior duração de prova (3h47m17s)
- O facto do trail ter sido à noite, não conseguimos aproveitar as paisagens que estas provas nos proporcionam.
- Descobri como é importante ter um bom frontal em vez de uma luz fosca
- As 3 travessias no lodo podiam não fazer parte do percurso. Acho piada aos trilhos em que se atravessam riachos de água cristalina, mas sítios de lodo e lama e não são o meu género, daí não achar muita píada a provas como o Comando Challenge e outras do género.
- Para o ano logo se vê, mas em principio lá estarei.




11 comentários:

  1. Parabéns Tigas, pela prova superada, e pelos recordes. O teu amigo André faz-me lembrar um amigo meu chamado Bruno...até com uma perna partida (pequeno exagero) ele vai até ao fim :).
    Quanto ao lodo, acredito que não seja agradável mas faz parte...nada que uma boa lavagem não resolva. Em todo o caso no fim dizes tudo...para o ano em principio lá estarei...quem sabe para fazer os 50km? Eu só se não puder mesmo pq esta é obrigatória.
    Abraço

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Carlos. Estava tão cansado que nem reparei que havia hipótese de se tomar lá banho no final. Como castigo pela teimosia do André, viemos para Lisboa no carro dele com um cheiro pouco agradável. :)
      Para o ano muito dificilmente irei para os 50km........ mas também disse assim que terminei a prova que não voltaria a fazê-la e passado um dia já coloco um "para o ano em princípio lá estarei".
      Abraço.

      Eliminar
  2. É claro que lá estarás para o ano! :)
    Eu já lavei os ténis duas vezes e o cheiro persiste... de resto, quero repetir! Acreditas que nem dei pela Lagoa? Lembro-me dessa parte bastante rolante, mas com as parcas luzes sempre apontadas para a frente e de olhos postos no chão para não cair...
    Parabéns pela prova! Beijinhos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Na parte da Lagoa, a Inês disse-me "Agora devemos estar a passar junto à Lagoa" e eu respondi-lhe "Sim, isso é certo. Não sei sei é se ela está do nosso lado direito ou esquerdo."
      Era tudo escuro à volta. :)
      Beijinhos

      Eliminar
  3. Parabéns às maquinas, pela resistência e empenho. Para o ano estamos lá para os 50 :O

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Vou antes aos 25, para poder assistir depois à tua chegada. :)

      Eliminar
  4. Tiago, foi uma grande aventura. E o pessoal gosta de aventuras.
    Para o ano lá estaremos todos outra vez. Não é verdade?

    Abraço.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sem dúvida que foi uma bela aventura. De qualquer forma, passava bem sem o esgoto. ;)
      Abraço.

      Eliminar
  5. Vais para o ano sim...nem penses que escapas...e vai treinando porque vamos aos 50 km's... ;)

    ResponderEliminar
  6. Parabéns pela prova e pelo relato e, no ano que vem, não há nada em que hesitar, são os 50kms e mais nada!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigado João. Parabéns também a ti pelos teus 50km. Para o ano logo se vê mas vou fazer os 25. (posso é fazê-los duas vezes). :)
      Abraço.

      Eliminar