Domingo foi o dia de fazer a minha 3ª meia maratona. (aviso já que o texto ficou um pouco longo)
Depois do percalço da estreia na
Ponte 25 de Abril e das "rampas" das
Lampas, tinha como principal objetivo bater o meu record pessoal (1:57:59h nas Lampas) e estava confiante que conseguia.
O meu amigo Vitório tinha lido que devemos traçar sempre 3 objetivos numa prova, o "bom", o "muito bom" e o "excelente". Como sigo muitos dos seus ensinamentos, defini então 1:57:58h (5:35m/km) como "bom", sub-1:55h (5:24m/km) como "muito bom" e sub-1:50h (5:12m/km) como "excelente".
Combinei com ele à minha porta às 7:30h para nos encontrarmos com a minha mãe, que tinha feito a inscrição na 1/2 Maratona pela EDP, mas que iria apenas fazer a Mini (ler nota final), no metro da Pontinha e encontrarmo-nos com ex-colegas dela já na Gare do Oriente e também com o Bruno, às 8:30h.
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O Vitório e eu na Gare do Oriente |
Todos estavam no ponto de encontro à hora marcada à exceção do Bruno (nada a estranhar, portanto).
Não tínhamos pressa, nem intenções de partir lá na frente, por isso, ao chegar à ponte, fiquei só com o Vitório (que ia fazer a prova ao meu ritmo) e o resto do grupo foi andando. Deu para fazer um xixizinho nas calmas e ainda encontrei a
Anabela mais alguns elementos da sua equipa. Às 10:10h o Bruno juntou-se a nós, bem a tempo de fazermos um aquecimento a trote até à zona da partida.
Combinámos o ponto de encontro na chegada, desejámos boa sorte e foi dado o tiro de partida.
De início houve alguma da confusão normal, mas não fez grande diferença porque já estávamos a contar com isso e fomos sempre com o ritmo controlado sem ser necessário fazer muitos ziguezagues. Disse ao Vitório que iria naquela fase mais pela direita para ver se via a minha mãe (que eu pensava que iria a um ritmo de (quase) caminhada (não sei se cheguei a passar por ela até à divisão da Mini com a Meia, o certo é que não a vi).
Até ao km 11 conseguimos um ritmo médio de 5:07m/km e senti-me muito bem. Aproveitei aqui para tomar o meu gel e abrandei um pouco por causa dos receios de descontrolar a respiração na altura dos abastecimentos (km 11 a 5:21m/km). Os kms 12 e 13 foram feitos a 5:13m/km. Mas ao km 14 senti uma quebra física. Disse ao Vitório que iria aproveitar o abastecimento de banana e laranja para andar enquanto comia e que depois o apanhava. Ele foi correndo muito devagar e sempre a olhar para trás. Pouco depois retomei o ritmo a que vínhamos antes e juntei-me a ele. Nesta fase disse-lhe que ao km 17 iria tomar o segundo gel, para depois tentar acelerar um pouco nos kms finais. Precisava de água para acompanhar o gel e chegámos ao km 17 sem nenhuma. Pensei que havia um abastecimento nesta altura mas afinal era só ao km 18. Comecei a andar, tomei o gel e bebi bastante água.
Voltei a correr e disse ao Vitório que o objetivo "excelente" já estava fora de alcance, mas que não iria deixar escapar o "muito bom". A resposta dele foi "Andamos nisto das corridas para libertar stress ou para acumular ainda mais? Para que interessa o tempo, se acabarmos completamente esgotados e sem nos termos divertido?". Estas palavras foram como uma chapada, e serviram para me despertar daquela apatia em que vinha há alguns kms. (na imagem ao lado conseguem ter uma real noção das minhas quebras de performance)
O Vitório apercebeu-se dessa minha melhoria e perguntou se me aguentava aquele ritmo até ao fim. Disse-lhe que sim e ele resolveu acelerar, fazendo os dois últimos kms a 4:45 e 4:14 respetivamente (só para verem a frescura com que ele vinha ao fim de 18km e 1:33:00h de corrida).
Cumpri o que lhe prometera e aguentei-me bem nos kms finais. Cortei a meta com o tempo de chip 1:53:06h o que para os meus objetivos para esta prova se enquadra no "muito bom".
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Bruno, Vitório e eu |
Nota Final:
No autocarro a caminho da ponte a minha mãe diz-me:
- 7km é muito pouco, achas que é complicado fazer os 21 a andar?
- Nem penses nisso. Fazes os 7km da mini e depois se vires que estás bem, andas por ali pela zona do Parque das Nações. Ao menos já estás perto da zona de chegada.
- Ah, ok.
Por volta dos 13km, já depois do retorno junto ao Jardim do Tabaco, o Vitório pergunta-me:
- A tua mãe vinha à Meia?
- Não. Achas que sim? Tinha dorsal de Meia mas vai só fazer a Mini.
Uns metros à frente oiço chamarem por mim. Olho e vejo a vir em sentido contrário, nada mais, nada menos que a minha mãe a andar com um casal amigo. Fiquei maluco e gritei-lhe (mas em tom de pedido).
- Volta para trás, mãe. Isto é muito duro e ainda falta bastante para darem a volta.
Acho que ela ainda me disse qualquer coisa, mas já não consegui perceber.
Liguei-lhe bem depois de terminar a prova para saber onde vinha e como estava.
- Não te preocupes. Já só nos faltam 3km.
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Os três já no km 19 (a minha mãe à esquerda) |
Durante anos fui fazer a mini maratona da Ponte 25 de Abril e pensava "Os 21km é muito complicado, e não é para qualquer um. Para o ano tenho de me preparar com antecedência e faço". O certo é que só este ano, depois de começar a correr com regularidade há 8 meses, cumpri esse sonho. Entretanto vem uma pessoa que costuma caminhar 2 ou 3 kms por dia, resolve desobedecer às recomendações do filho e aos 7kms, segue em frente e faz os 21,095km (até aos 7 fizeram sempre a correr depois é que foram a andar).
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Diploma oficial da minha mãe |
Bruno - A minha Meia-Maratona
Assim que se iniciou a prova desejei boa sorte aos meus companheiros de corrida e apenas os vi outra vez no final, uma vez que o Tiago e o Vitorio tem um ritmo mais elevado que o meu, e o meu objectivo era concluir a prova sempre a correr, se possível em 2h. Fiz deste modo a meia maratona "sozinho".
Aos 8-10 kms, quando me apercebi estava com um ritmo de 5:45min/km, e disse para mim próprio: não me digas que vou fazer isto em 2 horas??
Puro engano, pois por volta dos 10 km, tive que parar devido a necessidades fisiológicas,e a partir dai não consegui manter ritmo que levava.
Correu tudo bem até ao km15, altura em que começaram uma dores musculares nas barrigas das pernas que tornaram difícil o resto da prova. Até cheguei a molhar as pernas com agua, para ver se aliviavam, mas sem resultado.
Estava eu mortinho que aparecesse a placa dos 19 kms, que aí já sabia que não iria parar ate ao fim, e assim que cheguei à placa, vi uma subida que devido as dores musculares nas pernas, me custou muito.
A alguns metros do fim, vi o Miguel Quintanilha (foi mais ele que me viu, eu nessa altura já não via nada...), que já tinha acabado e me deu força ir até ao fim. Um apoio que agradeço muito, pois durante as provas, e principalmente em provas mais longas ajuda e muito!
Acabei com o tempo de 2h15m46s, um tempo pior do que fiz na outra meia, mas as faladas dores musculares não ajudaram a fazer melhor.
Vitório - A minha Meia-Maratona
Tudo que se se passou nesta meia maratona, já foi muito bem relatado pelo Tiago. Acompanhei-o desde a saída de casa até ao Km 18-19 altura em que procurei acelerar o ritmo, pois sentia-me muito bem.
Nos últimos kms dei o que tinha e ultrapassei bastantes corredores.
Todos os elementos do grupo estão de parabéns, pois realizaram uma excelente corrida, quebrando recordes pessoais nesta distancia.