a de fazer a primeira meia maratona oficial, num local onde por 2 vezes, efectuei a mini maratona.
As minhas participações em corridas sempre se resumiram às mini maratonas da ponte, e os convites para participação sempre partiram do Tiago, que em conjunto com os pais e um grupo de amigos, a realizavam já há bastantes anos, de forma assídua.
Uma vez em 2004 ou 2005 ele arranjou-me um dorsal, mas na véspera, lembrei-me de ir comer uma baguete de delicias-do-mar, e no dia da prova, estive sentado na casa dos azulejos, e falhei o compromisso :D.
O ano passado, ficou decidido entre mim e o Tiago (depois de termos começado a correr com regularidade), que esta seria a primeira meia maratona oficial.
Conforme combinado, encontrei-me com o Tiago e a esposa à porta de casa dele, e seguimos com mais um amigo, para a Pontinha, local onde ficamos de nos encontrar com mais companheiros de corrida, e onde apanhamos o metro para Sete Rios e depois o comboio para o Pragal.
Chegámos cedo, e ficamos logo perto da linha de partida. Juntou-se o grupo de amigos habitual, e ainda nos encontramos com o Pedro Carvalho e Fernando (Speedy Gonzales), Quintanilha, entre outros, e foi animação garantida até ao inicio da partida.
Restava esperar pelas 10h30 e começar a correr para a meta. Assim foi.
Arrancamos muito bem, num ritmo acima do esperado mas aceitável, e sem grandes impedimentos. O grupo partiu-se em grupos mais pequenos, que assumiram vários ritmos. Segui junto com o Tiago. Chegamos a Alcântara (km 5) em 22m48s e troquei umas palavras com ele, dando a indicação que íamos um pouco depressa, que tínhamos feito bem o trabalho dos primeiros kms, e agora era hora de reduzir para os 5 min/km. Efectuamos o 1º abastecimento.
Seguimos sempre num ritmo estável até ao km 10 (zona do 2º abastecimento), queixando-nos apenas do calor, mas sentia-me bem e o Tiago respondia-me que também ia bem.
Tudo parecia estar no bom caminho. Até que chegou o km 15 e o Tiago começou a desligar.
Inicialmente pensei que fosse uma fase da corrida, e que iria ajuda-lo, incentivando-o, mas km após km o ritmo foi baixando, até que comecei a ficar bem preocupado com a descoordenação que demonstrava a "correr", o ar pálido e o esforço para avançar.
Já me vinha a dizer há algum tempo para seguir sozinho, mas já tinha decidido, ainda antes de começar a correr, que esta prova, pelo que significava, a iria acabar com ele lado a lado.
Mantive-me sempre a par dele, até que no km 18 vi que não podia continuar, e agarrei-lhe o braço. Estava KO e a cambalear.
Caminhamos por instantes e depois da volta em Algés, encostamos à berma numa zona com relvado para tentar descansar. Procurei levantar-lhe as pernas e como o abastecimento estava perto arranjei agua e gatorade. Mantivemos conversa o tempo todo e aos poucos começou a recuperar da quebra que teve.
Passado 3 ou 4 minutos levantou-se e apoiado em mim lá caminhamos até às bananas. Comeu uma ou duas, e ainda convenceu a srª que lá estava a trabalhar, a descascar-lhe uma delas e mete-la à boca. Eh preciso ter lata ... ou falta de força. Eheh.
Ele já com melhor ar, e eu já aliviado com a situação, lá conversávamos de forma um pouco mais normal e perguntei-lhe se conseguia arrastar-se até à meta. Vamos embora. Inicialmente a andar e depois num jogging ligeiro, chegamos à meta em glória, com o tempo de 2h03m43s.
Objectivo principal cumprido. O resto são bananas.
Como diria o outro. Provas há muitas oh palerma!!!
Quanto à razão do acontecimento, não é fácil de deslindar. Alimentação normal, hidratação e gel nos pontos calculados, dormida descansada. A distância já tinha sido feita diversas vezes em treino com ritmo semelhante e nos 20Km de Cascais.
Na minha opinião o que mais o deve ter afectado, foram as longas rectas que o percurso apresentava, o pensamento na distância que faltava para os ponto de viragem, e a passagem pela meta sabendo que ainda se tinha de ir a Algés e voltar.
Poderá ou não ser uma das razões anteriores o motivo da quebra, mas também sei, por experiência própria, que há dias que simplesmente não dá. Por uma ou outra razão o corpo não responde como queremos.
Independentemente dos acontecimentos, a meia está feita, acabei como a queria acabar, lado a lado com o meu amigo de corridas Tiago o "Meio Maratonista".
Visão do Tiago desta prova
Foto pedida pelo Tiago ao km 18 a um espectador |
Mais uma para a arca dos tesouros |
Aqui ficam os gráficos:
Resumo
Os meus agradecimentos por mais que tenham sido feitos, nunca são demais. OBRIGADO AMIGO.
ResponderEliminarPS - Duas coisas que podias não ter mencionado no post. A senhora a dar-me a banana à boca e essa minha foto com ar miserável. :)
Eu não concordo com o Tiago, a história da senhora a dar-lhe a banana à boca é que tem piada =P HEHEHE
ResponderEliminarGostei muito do teu relato. Foste um verdadeiro amigo. E são estes gestos que fazem um verdadeiro atleta. Parabéns!
Quanto ao Tiago, ele tem capacidade para muito mais. Aliás basta ver outra provas que ele já fez. Simplesmente naquele dia houve alguma coisa que falhou. Mesmo assim ambos mostraram grande espírito de luta.
Boas corridas!